A cirurgia de lipoaspiração não é e não deve ser encarada como um procedimento banal ou de fácil realização. Essa banalização é a principal responsável pelo crescente número de complicações e insatisfações nessa área. Aumenta-se muito o risco quando:
- Opera-se em consultórios e não em hospitais e;
- Opera-se com ditos “especialistas em medicina estética” e
não com cirurgiões plásticos verdadeiros.
De acordo com o conselho regional de medicina de São Paulo, 97% dos médicos processados em 2008/2009 não tinham título de especialista em cirurgia plástica! Apenas (2%) dos médicos processados em lipoaspiração tinham título de especialista em cirurgia plástica.
Infelizmente, a propaganda é excessiva e muitas vezes confundem o paciente, gerando falsas expectativas com promessas de tratamentos inovadores e rápidos, como “faça sua lipo na hora do almoço”, entre outras.
Antes de qualquer coisa, é preciso lembrar que a lipoaspiração é uma cirurgia plástica e, como tal, deve ser executada por cirurgiões plásticos. Não é um simples procedimento estético, como um preenchimento de lábios, botox, tatuagem de sobrancelhas, etc. Assim, deve ser realizado dentro do ambiente hospitalar, como qualquer cirurgia desse porte, com toda a estrutura, aparelhagem e recursos disponíveis para a segurança do paciente. Pois apenas dessa maneira será possível atender de forma rápida e eficaz caso haja qualquer intercorrência ou problema durante e após o procedimento.
Acreditamos ainda que a lipoaspiração de consultório, mesmo que realizada por especialista, além gerar risco à saúde e à vida dos pacientes, não oferece o que há de melhor na tecnologia cirúrgica da lipoescultura, levando frequentemente a resultados insatisfatórios.
Isso ocorre porque é impossível fazer um tratamento completo, com retirada da gordura excedente de todas as áreas que necessitam. Também não há como fazer o reaproveitamento dessa gordura aspirada para enxertia, como por exemplo, para aumento do bumbum ou corrigir depressões.
Além disso, nesta prática de consultório, há necessidade de repetir o procedimento diversas vezes para “acessar” uma área de cada vez, com intervalos de tempo pequeno (uma semana ou menos), não havendo tempo hábil para o organismo se recuperar. Por isso, ainda há muito edema (inchaço) no corpo quando se inicia cada novo procedimento, alterando a avaliação do quanto se tem para retirar. Isso frequentemente gera a formação excessiva de fibrose e retrações, deformidades visíveis sob a pele e de difícil correção.
Além disso, mesmo que se consiga um resultado razoável com esses procedimentos é preciso saber que este nunca será tão bom quanto uma lipoaspiração/lipoescultura bem realizada. Uma lipolight terá um resultado no máximo também light. Isso, se tudo correr muito bem.